sexta-feira, 24 de maio de 2013

Ciro Gomes vira 'secretário informal' de Segurança do Ceará


O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) foi acionado para combater o aumento dos índices de criminalidade no Ceará e virou uma espécie de "secretário informal" da pasta de Segurança Pública do Estado, cujo governador é seu irmão Cid Gomes (PSB).

A convite de Cid, Ciro passou, nos bastidores, a opinar nos assuntos da secretaria e dar orientações, mesmo sem ocupar cargo no governo. A colaboração tem ocorrido há cerca de dois meses.


Ciro Gomes dá palestra em evento para empresários na Bahia
Ciro Gomes em evento para empresários na Bahia
Nesse cenário, políticos locais veem o enfraquecimento do atual secretário, coronel Francisco Bezerra, e afirmam que Ciro age como se fosse o secretário de fato.

"Ele oficialmente não faz parte do governo, mas age como se fizesse", afirma o deputado estadual Heitor Férrer (PDT). A presença informal do ex-ministro no governo do irmão tem provocado protestos da oposição, que acusam a atual gestão de "confusão administrativa".

Nesta semana, Ciro Gomes saiu dos bastidores da pasta e até mesmo deu entrevista prometendo demissões na Polícia Militar caso haja nova ameaça de greve (a PM do Ceará fez paralisação no fim de 2011). "Desta vez, cabeças rolarão", afirmou, segundo jornais locais.

Para encerrar a greve, o governo aumentou o salário e deu anistia aos PMs. A anistia em âmbito administrativo foi aprovada na Assembleia Legislativa do Ceará, mas a anistia criminal ainda tramita no Senado.

A situação da segurança preocupa o governo, já que a violência cresceu neste ano. Só na capital, o número de homicídios subiu 30% nos quatro primeiros meses, chegando a 662. As mortes concentram-se na periferia.

A Secretaria de Segurança diz, em nota, que Ciro desempenha, "de forma voluntária, sem remuneração ou cargos, importante papel como conselheiro do governo do Ceará na área de segurança" e conta com "apoio irrestrito" do secretário.

A pasta diz ainda que Ciro ajuda na interlocução entre os órgãos da segurança e universidades, intelectuais e ONGs (Organizações Não-Governamentais) para "traçar perfis e estabelecer objetivos para a redução da criminalidade".

Da Folha

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